Artigos selecionados Desmonte Nº 54

1 – “Tutelada por militares, Apex assegura renda de até R$ 84 mil para generais e almirantes da reserva” – 247  –  5  SET.

“A decisão do governo Jair Bolsonaro de entregar a chefia da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para os militares resultou na nomeação de 10 generais, almirantes e capitães de mar e guerra que – ao acumular os salários pagos pela agência e a aposentadoria militar – recebem vencimentos mensais de até R$ 84 mil. … Segundo reportagem da Gazeta do Povo, o presidente da Apex, o contra-almirante da Marinha Sérgio Segovia, recebe R$ 76 mil mensais. O valor pago ao militar é 146% mais alto que o salário do presidente da República. … Ainda de acordo com a reportagem, o general Mauro Lorena Cid recebe R$ 84 mil e o vice-almirante Ederaldo Teixeira de Abreu, que ocupa o cargo de diretor de Gestão Corporativa, acumula rendimentos da ordem de R$ 70,5 mil. Nenhum dos militares nos cargos de chefia da Apex sofre o chamado abate-teto pelo fato da agência ser considerada uma entidade de direito privado e, portanto,  não estar enquadrada no limite do teto constitucional.”

https://www.brasil247.com/brasil/tut elada-por-militares-apex-assegura-renda-de-ate-r-84-mil-para-generais-e-almirantes-da-reserva

Não se tem dúvida sobre o prestígio de tais militares em suas Forças de origem, advindo de carreiras bem sucedidas e dedicadas. O que se coloca em questão é a conveniência de serem entregues a militares, em bloco, como foi o caso, a administração de setores do governo inteiramente alheios à sua formação, para os quais não tem nenhuma  experiência prévia. No momento em que se engajam em tais atividades, expõem-se a manchetes como a da notícia em questão. Mais do que isto, relacionam os militares em geral com o atual governo, o que não parece  conveniente, haja vista as variadas acusações de que é alvo. Já há quem denomine o governo Bolsonaro de “governo militar”. Será que vale a pena atrelar o prestígio que as FFAA conquistaram cuidadosamente após os governos militares  à gestão de um presidente como Bolsonaro? E, note-se, não há nenhuma outra democracia, ao que se saiba, que utilize e envolva tão maciçamente os militares na alta administração de assuntos de governo alheios aos que lhe são próprios. 

2 – “Salles gastou apenas 0,4% do orçamento disponível para ações de política ambiental– 247   – 11   SET.

“O ministro Ricardo Salles, responsável pela pasta do Meio Ambiente do governo, deixa cada vez mais claro que sua prioridade não é o meio ambiente. Ele gastou entre janeiro e agosto apenas R$ 105 mil em ações orçamentárias disponíveis para o ano em política ambiental, como revelou o portal UOL.Os dados são de um estudo do Observatório do Clima, que afirmou que este número corresponde a 0,4% do orçamento autorizado em iniciativas referentes à mudança climática, à proteção da biodiversidade e à melhoria da qualidade ambiental urbana, por exemplo.”

https://www.brasil247.com/brasil/salles-gastou-apenas-0-4-do-orcamento-disponivel-para-acoes-de-politica-ambiental

 Certamente, o descaso visa agradar o chefe...  De toda sorte, é prova de grande incompetência não gastar a verba alocada à sua pasta, quando tanto há o que fazer em relação ao meio ambiente, em nosso País! A propósito, o min. Salles é suspeito de enriquecimento ilícito, acordo o Ministério Público de São Paulo e já foi condenado (1ª instância) por improbidade administrativa por juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública daquele estado. 
2 – “Bolsonaro confirma entreguismo insuperável” – Paulo Moreira Leite   – 247  – 13 SET.

“… quando o conceito de ‘Deus Trump’ formulado pelo chanceler Ernesto Araújo já não permitia dúvidas sobre a visão diplomática do bolsonarismo, duas medidas recentes ilustram de forma definitiva a postura submissa nas relações com o império. A mais escandalosa envolve a licença de importação – sem impostos – do etanol produzido nos Estados Unidos, que nos próximos [meses] poderá ser vendido no país nas mesmas condições que o produto local. Em vez de atender a pressão natural de produtores brasileiros que, em tempos de queda na demanda, batalhavam por uma elevação de tarifas de importação para proteger a produção local, Bolsonaro abriu o mercado nacional para os concorrentes estrangeiros, numa atitude definida  pelo usineiro Evandro Gussi, um dos líderes do setor, para quem a medida ‘não tem nenhuma razão a não ser ajudar os Estados Unidos’. Menos ruidosa, mas de valor estratégico mais profundo  e duradouro, o apoio do governo Bolsonaro a candidatura de Maurício Claver-Carone à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento, vitoriosa neste fim de semana, marca um retrocesso de dimensão histórica. Suas consequências nefastas podem se fazer sentir por um largo período no desenvolvimento do país e demais países dessa parte do mundo. … há duas décadas o BID se encontra no  radar da extrema-direita norte-americana, interessada em esvaziar projetos de desenvolvimento a juros subsidiados e abrir caminho para instituições privadas….    o governo brasileiro até cogitou o lançamento de um concorrente próprio, pretensão legítima pelo peso do país na região.  Desistiu quando ficou claro que a Casa Branca também [estava] interesssada na disputa”.

 .https://www.brasil247.com/blog/bolsonaro-confirma-entreguismo-insuperavel?amp=&utm_source=onesignal&utm_medium=notification&utm_campaign=push-notification

Posturas vergonhosas! Ao se desmontar a soberania nacional – e existem casos anteriores –, abala-se o conceito de patriotismo, de pundonor nacional. Ver a propósito “Ivan Valente diz que governo Bolsonaro cedeu a lobby do milho nos EUA para favorecer Trump: ‘coisa de lacaio’”. A vergonhosa concessão é interpretada por analistas  como benefício eleitoral a  Trump na corrida presidencial  dos EEUU. Vale o Brasil prejudicar a sua combalida economia, em plena pandemia, para atender o interesse eleitoral de um prócer estrangeiro? Como mencionado na mensagem de encaminhamento, buscou-se, neste Desmonte, dar alguma ênfase adicional aos agravos à nossa soberania, sob a dupla Bolsonaro/Araújo. 

 3 – “Novos riscos para a democracia e o culpado pela morte de fiscal da Funai” – Janio de Freitas – Diário do Centro do Mundo – 13 SET.

“Em situações de insegurança para o Estado democrático de Direito, a esperança de sustentação da ordem constitucional volta-se para o Supremo Tribunal Federal…. A dimensão das responsabilidades do Supremo não admite a passividade com que, como instituição e ressalvadas algumas atitudes individuais, deixou-se diminuir por agressões reiteradas e crescentes de Bolsonaro e bolsonaristas profissionais ou amadores. Dias  Toffoli enfraqueceu-o mais com sua própria fraqueza, que o levou até a um acordo de pretenso comprometimento do Supremo com Bolsonaro. Desde 2018, tal ordem e o próprio Supremo são alvos de ataques que não se fundamentam em críticas, mas em propósitos contrários ao regime democrático. … Toffoli deixa a presidência do Supremo a um sucessor que não traz de volta a esperança e a confiança no tribunal. …  Bolsonaro quer a reeleição. Os militares bolsonaristas querem a reeleição, admitidas ambições particulares de um ou outro. E esse objetivo significa mais do que um plano político, aliás, já com dedicação plena e exclusiva de Bolsonaro. No decorrer dos dois anos em que Luiz Fux presidirá o Supremo, coincidirão a campanha eleitoral para a Presidência e, em princípio, as etapas mais gritantes dos inquéritos e processos suscitados pelo clã Bolsonaro, seus coadjuvantes e associados. As influências mútuas deverão fazer dos dois desenrolares apenas um. Já é uma advertência de processo eleitoral tumultuoso. … Bolsonaro e suas tropas de choque e de cheque precisam ganhar a eleição a qualquer custo. Não é força de expressão, é mesmo a qualquer custo… É notório, no entanto, que Bolsonaro se viu compelido a desacelerar a marcha para os objetivos anti-institucionais. … As condições podem surgir até o fim do mandato, talvez com a colaboração da pandemia e seus efeitos sociais .. . Apropriar-se das obras de Lula e Dilma, conter impulsos da boçalidade, viajar a qualquer pretexto, tudo indica o investimento no segundo mandato, prioritário ao plano inicial….  Tudo ou nada, isto será o segundo mandato, se obtido. E este ‘se’ terá sua decisão durante a campanha eleitoral, quer dizer, a batalha eleitoral, com o Supremo presidido por Fux e sua inclinação direitista, sua flexibilidade, sua vaidade exorbitante e irresistível aos afagos. Uma esperança, sim para quem pretende vencer a eleição a qualquer custo. Luiz Fux nunca surpreendeu.”

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/ataques-ao-stf-significam-novas-perspectivas-de-risco-para-a-democracia-diz-janio-de-freitas/

Não há como deixar de recordar o ex-juiz Moro ao referir-se a Fux, após a extrema cordialidade  com  que ele tratou o Dallagnol em reunião em Brasília, “só faltando o convite para um  cafezinho como próprio dos cariocas”: “In Fux we trust”. A primeira  atitude de Fux como presidente do CNMP, decorrência da presidência do Supremo, deu um sinal inquietante, ao excluir os condenados por corrupção da sugestão daquele Conselho aos juízes para que os afetados pela Covid-19 pudessem passar à prisão domiciliar. Em resumo, um “agrado” extemporâneo à Lava Jato.  

 

4 – “Um mapa da devastação do Trabalho no Brasil” – Outras Palavras  –    14 SET. “A gravíssima crise do trabalho que o Brasil atravessa não será compreendida apenas com os números oficiais sobre o desemprego. …  mais de 31 milhões de pessoas poderiam estar inseridas no mercado de trabalho, mas estão subutilizadas – seja porque desempenham tarefas de cuidado, estão enfermas ou desistiram de procurar emprego. O fato é que emerge, nos últimos anos, um oceano de pessoas que estão na periferia do sistema econômico: os que estão na informalidade, aqueles que trabalham por conta própria, os que enfrentam elevada rotatividade (mesmo sendo assalariados) e os que amargam o desemprego prolongado, por mais de seis meses. Para se ter ideia, em 2013, apenas 57,3% das pessoas em idade de trabalhar estavam ocupadas; com a pandemia, chegamos ao catastrófico patamar de 47,9%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE em agosto. Ou seja: mais da metade das pessoas estão de fora da força de trabalho…. o mercado se tornou incapaz de gerar postos de trabalho com proteção, certo grau de qualificação e salários decentes, alterando o perfil de ocupação no país – o que tem levado à explosão da informalidade. … O nível de ocupação das mulheres está em 39,4%, segundo a Pnad — um dos menores nas últimas duas décadas … . Antes da pandemia, 67 milhões de pessoas estavam de fora da força de trabalho – dois terços, eram mulheres. Hoje, chegamos a 77,7 milhões. Cerca de 45% das mulheres negras que poderiam trabalhar, mas estão sem empregos, são de famílias com renda per capita domiciliar de meio salário-mínimo. … O trabalho cada vez menos assalariado e protegido, a estagnação da renda per capita e o desmonte [grifo meu] da estrutura corporativa das relações de trabalho, fruto de um capitalismo em decomposição. Esses foram alguns dos diagnósticos sobre a nova configuração do trabalho no Brasil, feito pelo economista Márcio Pochmann … quando questionado sobre a possibilidade de implantação de políticas pós-capitalistas relacionadas ao trabalho e a redistribuição de renda, como a Renda Básica, Pochmann destacou que, apesar de defender ações nesta direção, a distribuição da renda gerada pelo Estado representa a manutenção do capitalismo e de um sistema falido: permite que trabalhadores e trabalhadoras sobrevivam, mas não que tenham uma vida decente. Será preciso pensar outros caminhos, que abale as estruturas da produção e reprodução econômica.”

https://outraspalavras.net/trabalhoeprecariado/um-mapa-da-devastacao-do-trabalho-no-brasil/

 Essa detalhada radiografia da devastação, que se aprofundou nos últimos anos, foi feita pela economista Marilane Teixeira, na estreia do ciclo de debates “O Futuro do Trabalho no Brasil”. Marilane é pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit/IE), da Unicamp. Já Márcio Pochmann é economista bastante conhecido: foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2007-2012) e é professor titular da Unicamp. Autor de dezenas de livros sobre Economia, foi agraciado com o Prêmio Jaboti, em 2002.

 5 – “Globo: Bolsonaro destrói o Itamaraty e isola o Brasil no mundo” – Poliarquia   – 15  SET.

“O jornal O Globo, que tem sua responsabilidade na ascensão do projeto neofascista no Brasil, condena, em editorial … a política externa aviltante que vem sendo conduzida por Ernesto Araújo, no Itamaraty. ‘O governo Bolsonaro avança no projeto de demolição da política tradicional do Itamaraty: não subordinação aos Estados Unidos e equidistância diplomática. Foi decisivo o apoio brasileiro para que, pela primeira vez em 60 anos, um americano assuma a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). É, na gestão Bolsonaro, o ápice da subserviência ao interesse americano’, aponta o texto. ‘A aproximação às cegas de parceiros internacionais, estimulada à base de afinidades pessoais e ideológicas, não costuma dar bons resultados. Bolsonaro, filhos e seu grupo foram evidentemente logrados por Trump no negacionismo da Covid-19, como prova a entrevista concedida em março pelo presidente americano …  Nela, Trump diz que minimizava a doença para não causar pânico. Bolsonaro foi na conversa e ainda terminou catequizado pela lorota da cloroquina’, lembra o texto. ‘Entre os efeitos colaterais da subserviência ao ultraconservadorismo trumpista, está a classificação às pressas, pelo Itamaraty, de telegramas enviados a diplomatas na ONU com instruções para trabalharem pela proibição do aborto e contra propostas não discriminatórias de mulheres e meninas.’ ‘Cada uma dessas ações fere preceitos constitucionais, entendimentos do STF e a tradição da diplomacia brasileira. O governo vai assim executando seu projeto obscurantista e se afastando do mundo moderno, democrático, progressista … ’”.

https://poliarquia.com.br/2020/09/15/globo-bolsonaro-destroi-o-itamaraty-e-isola-o-brasil-no-mundo/

Não entendo como as FFAA dão respaldo a tal política que, claramente, fere a soberania nacional.  A propósito, ver aindaMiriam Leitão mostra como Bolsonaro e Ernesto Araújo estão tirando dinheiro do Brasil e dando para os Estados Unidos” em https://www.brasil247.com/economia/miriam-leitao-mostra-como-bolsonaro-e-ernesto-araujo-estao-tirando-dinheiro-do-brasil-e-dando-para-os-estados-unidos , onde a jornalista afirma que a subserviência tem um preço e menciona que  a redução, pelos americanos, das cotas na exportação brasileira de aço, teve como “reação” brasileira, um prêmio aos EEUU: a manutenção das cotas de importação de etanol americano sem tarifa. No caso, Bolsonaro “quis beneficiar a campanha de Donald Trump à reeleição, só que em detrimento dos interesses dos produtores do Brasil". Mais recentemente, cabe dar uma olhada emPompeo chega a Roraima e Maia critica visita: ‘Afronta à autonomia’ nacional”  - https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2020/09/4876404-pompeo-chega-a-roraima-e-maia-critica-visita-afronta-a-autonomia-nacional.html  .
 6  – “‘Política externa de Bolsonaro é inconstitucional e falta ação do Congresso’, avalia Celso Amorim”24718 SET.

“O embaixador e ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa Celso Amorim disse à TV 247 que a submissão do Brasil aos Estados Unidos é inconstitucional porque está ‘colocando em risco sistematicamente a soberania nacional’. O mais recente episódio de subserviência brasileira aos norte-americanos é a visita programada do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, à cidade brasileira de Boa Vista, Roraima, com o objetivo de afrontar a Venezuela, país vizinho a Boa Vista. Celso Amorim cobrou uma reação do Congresso Nacional aos atos inconstitucionais que são parte da política externa do governo Jair Bolsonaro. ‘Eu acho que falta uma ação mais nítida e mais forte no Congresso para falar a verdade. … Você não pode admitir que uma coisa inconstitucional esteja ocorrendo, eu acho que nós estamos vivendo uma coisa de uma gravidade que nunca houve na história do Brasil, nunca houve. Não é uma coisa de gostar, de eu achar que a política externa tem que ser mais isso, mais aquilo, claro que eu tenho as opiniões que todos conhecem, mas acho que não é isso. Está colocando em risco sistematicamente a soberania nacional. Não posso dizer que só uma ida do Mike Pompeo a Boa Vista configura uma agressão, é um contexto’”.

.https://www.brasil247.com/entrevistas/politica-externa-de-bolsonaro-e-inconstitucional-e-falta-acao-do-congresso-avalia-celso-amorim

 De tanto cedermos e ajustarmo-nos a atos claramente atentatórios à nossa soberania chegaremos a um momento em que a reação se tornará muito mais difícil. Faz bem Celso Amorim ao criticar a apatia do Congresso em relação a tantas atitudes que ferem nossa soberania. 

 

7 – “Visita de embaixador dos EUA gera críticas de Rodrigo MaiaO Cafezinho – 19   SET.

“… o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a visita do embaixador dos EUA, Mike Pompeo, às bases da Operação Acolhida na fronteira do Brasil com a Venezuela.’A visita do secretário […], no momento em que faltam apenas 46 dias para a eleição presidencial norte-americana, não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa’. Maia também citou a Constituição Federal para sustentar sua crítica e lembrou dos princípios diplomáticos deixados pelo Barão do Rio Branco. Durante a visita, Pompeo, que é secretário de governo do presidente Donald Trump, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, … [ele] fez acusações contra o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro. ‘Não devemos esquecer que ele está destruindo seu próprio país e também é um traficante de drogas. Está impactando na vida dos EUA. Mas vamos tirá-lo de lá.”

.https://www.ocafezinho.com/2020/09/19/visita-de-embaixador-dos-eua-gera-criticas-de-rodrigo-maia/

Tais críticas encontraram eco em vários políticos. Destacaram-se aqui os comentários de Rodrigo Maia pelo sua importância política, como presidente da Câmara e, anteriormente, os de Celso Amorim. De forma geral, tal  ato de nossa diplomacia foi classificado como de abjeta  sujeição aos interesses americanos, mais especificamente, aos eleitorais de seu atual presidente. Notar a preocupante utilização da 1ª pessoa do plural, ao final do artigo. Espera-se que o “vamos” considere uma eventual  ação militar apenas por parte dos americanos ...

 

8 – “Presidente do CNPq: Ciência não é uma coisa que se possa fazer sem dinheiro” –  UOL  – 22  SET.

“As restrições no orçamento do CNPq … fundação ligada ao [MCT[  que tem como uma das principais atribuições fomentar a pesquisa, podem comprometer a resposta do Brasil à pandemia do novo coronavírus, disse o presidente do órgão, Evaldo Vilela. … ele explicou que o corte de 5,3% em relação ao ano anterior previsto no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária), somado ao fato de quase a metade do orçamento (R$ 696 milhões) estar condicionada à aprovação do Congresso, podem levar a um cenário no qual o CNPq não terá dinheiro para pagar nem as bolsas que já estão vigentes … ‘Temos um patamar de cerca de 80 mil bolsas por mês. Esse é o dinheiro que nós temos hoje, R$ 1,3 bilhão que mantém essas bolsas. Se não tivermos esse dinheiro, significa que não vamos poder manter as 80 mil bolsas. … Há muito tempo que não temos trabalhado com aumento de bolsa, nem de valor nem de quantidade. … O país é muito grande. Desenvolvemos muito a ciência nacional, ela é muito robusta em certas áreas e não pode sofrer esse resvalo’, argumentou. ‘ … ciência não é uma coisa que [se] possa fazer sem dinheiro E os níveis de financiamento da pesquisa no Brasil têm caído sistematicamente”, acrescentou o presidente. Questionado se a resposta à covid-19 seria mais eficiente caso a ciência tivesse sido preservada, Vilela respondeu que não há dúvidas. ‘Ciência se faz com talentos, com gente. E gente equipada em laboratórios equipados. Temos uma rede de laboratórios, especificamente na área de saúde, … mas sempre trabalhamos com o mínimo, e com uma coisa que é muito prejudicial à ciência no Brasil: a falta de fluxo. Um ano tem um bom dinheiro, no outro ano não tem aquele dinheiro. … Nunca tivemos no Brasil uma consciência de que precisamos investir seriamente em ciência. … Não tem como desenvolver um país se não tiver geração de conhecimento e uso do conhecimento’, afirmou. Segundo ele, caso o Congresso atenda ao apelo do órgão e reverta o corte, ‘vai ficar elas por elas’, sem que seja possível aumentar nem o valor da bolsa nem a quantidade de bolsas. … “.

 https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/09/22/presidente-do-cnpq-ciencia-nao-e-uma-coisa-que-possa-fazer-sem-dinheiro.htm?

Infelizmente, juntamente com a Saúde, a Educação e o Meio Ambiente, a pesquisa científica, neste governo, não vem recebendo a atenção que merece. E, sem desenvolvimento científico e tecnológico, o Brasil não tem condições de avançar no caminho do desenvolvimento pleno, na medida que desejamos.

9Fracasso de Guedes e Bolsonaro produz a maior fuga de dólares da história do Brasil247 – 23 SET.

“’O fracasso de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro em restaurar a ‘confiança’, o que vem sendo prometido aos brasileiros desde o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, ocorrido em 2016, produziu, neste ano, a maior fuga de capitais da história do Brasil. Os dados do fluxo cambial mostram a saída de US$ 15,2 bilhões nos primeiros oito meses deste ano, no pior resultado desde 1982, quando estes dados começaram a ser medidos. Um dos motivos para a fuga de investidores é a devastação ambiental, que Bolsonaro negou nas Nações Unidas. Além disso, a bolsa de valores paulista perdeu R$ 87,3 bilhões. É o que aponta reportagem de capa do jornal O Globo desta quarta-feira.”.

https://www.brasil247.com/economia/fracasso-de-guedes-e-bolsonaro-produz-a-maior-fuga-de-dolares-da-historia-do-brasil

A informação, preocupante para a economia nacional, não causa  maior surpresa. O “posto Ipiranga” de início do governo,  por seu autoritarismo e insensibilidade social, está tendo seu prestígio minado, pouco a pouco. Início de “fritura”? ... Veja também o corolário lógico: “Bolsonaro conseguiu: Real é a pior moeda do mundo em 2020. E pode piorar. Sua reeleição pode levar o dólar a R$ 10” (https://www.blogdomello.org/2020/10/bolsonaro-conseguiu-real-e-pior-moeda-do-mundo.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+BlogDoMello+%28BLOG+DO+MELLO%29
10 – “Muita autocritica é pior que nenhuma ” – Marcos Coimbra  –  247  –   25 SET.

“Em dezembro de 2017, a nove meses da eleição do ano seguinte, o Instituto Vox Populi realizou uma pesquisa nacional, por solicitação da CUT. É educativo voltar a seus resultados, que ajudam a entender o que nos levou ao desastre de ter um Bolsonaro à frente do governo. O Brasil estava mal, do ponto de vista da população. A insatisfação predominava, ainda que em proporção menor que no final de 2016: 52% diziam-se ‘insatisfeitos’, um número abaixo do registrado no ano anterior, quando eram 60% (para comparar: hoje, a insatisfação está em 64%)…. Seja em relação ao desemprego ou à inflação, os temores eram altos: 65% acreditavam que, nos meses seguintes, o emprego ia piorar e 68% imaginavam que os preços dos produtos de primeira necessidade aumentariam. Na média nacional, 79% das pessoas diziam que, com Temer, o Brasil estava indo ‘na direção errada’ (hoje, com Bolsonaro, são 64%).  O golpe e a deposição de Dilma, do ponto de vista da opinião pública, haviam fracassado. Mas haveria uma eleição dali a pouco tempo. Sergio Moro e seus rapazes estavam na glória, com as fanfarras da mídia corporativa e da TV Globo soando alto. O primeiro passo do projeto de poder que os animava havia sido dado: um empresário-delator, a fórceps, ‘confessara’ que um apartamentozinho no Guarujá era propina para Lula. Sem nada de concreto, o bolsonarista condenou o ex-presidente. Na pesquisa, foram feitas várias perguntas a respeito de Lula e outros possíveis candidatos. Era, de longe, o mais conhecido e o mais admirado: 49% diziam ‘gostar’ dele, ficando Joaquim Barbosa em segundo lugar, com 28% … O capitão Bolsonaro marcava 18% (venceu a eleição, vive o que a grande imprensa saúda como seu ‘melhor momento’ e alcança hoje 32% nesse quesito). Se fosse candidato naquela eleição, 38% dos entrevistados em dezembro de 2017 diziam que ‘votariam com certeza’ em Lula, aos quais se somaria uma parte dos 16% que afirmavam que ‘poderiam votar’. Uma parcela de 39% dizia que ‘não votaria’ nele, proporção menor que em qualquer outro nome (empatado com Joaquim Barbosa, recusado por 40%). O capitão merecia a rejeição de 53%. O que se pode dizer desses números é que, depois de tudo que ocorrera desde a grande investida conservadora contra Lula e o PT a partir de 2013, depois da derrubada de Dilma, depois do massacre midiático sofrido pela esquerda ao longo de anos e depois da condenação por Moro, o favorito na eleição de 2018 era Lula. Frente a quaisquer adversários, a chance é que vencesse no primeiro turno. Na pergunta espontânea, atingia 38%, ficando todos os demais, somados, com 21% (dentre esses, Bolsonaro obtinha 11%, indicando que a doença bolsonarista já corroía o País). Em lista com os nomes de dez pré-candidatos, Lula alcançava 43% e a soma dos restantes chegava a 33% (em segundo, estava Bolsonaro com 13%). Essa pesquisa Vox não trouxe resultados muito diferentes de outras com metodologia semelhante. Todas mostraram que, a menos de um ano da eleição, só havia um modo de Lula perder o favoritismo, considerando que tudo que havia de negativo contra ele estava já computado e o eleitorado havia feito suas contas. Como, aliás, indicavam as respostas a uma pergunta a respeito do saldo da atuação de Lula em sua trajetória: 60% consideravam que ele fizera ‘muito mais coisas certas que erradas pelo povo brasileiro e o Brasil’, contra 32% que entendiam que ‘ele errou muito mais que acertou’. O único modo garantido de evitar a quinta vitória seguida do PT e o terceiro mandato de Lula era impedi-lo de ser candidato, trancafiando-o em uma cadeia e proibindo que se manifestasse. Foi exatamente isso que fez uma vasta aliança antidemocrática e golpista, organizada informalmente para não permitir que a vontade das pessoas comuns prevalecesse. Quem derrotou Lula, o PT e a esquerda em 2018 não foram ‘os erros’ do PT, o ‘crescimento do antipetismo’, os ‘escândalos’ e a ‘corrupção’ petistas. Suas razões não foram as ‘mudanças sociais’, as ‘redes sociais’,  o ‘crescimento do neo-pentecostalismo’ e tantas outras explicações sociologizantes.  Sem a intervenção despudorada dos aventureiros do Judiciário, militares sedentos de poder, empresários ávidos de retomar o controle do Estado, negociantes da fé, bilionários das comunicações, a vitória do capitão e suas milícias fascistas não teria ocorrido. E ainda exigiu trapaças de todo tipo na reta final, que os tribunais preferiram não ver. A culpa pelo que aconteceu não é da esquerda e não é preciso que ela faça mal a si mesma para exorcizá-la, em um auto-de-fé descabido e desnecessário.”

https://www.brasil247.com/blog/muita-autocritica-e-pior-que-nenhuma

Vale a pena ler o artigo, pois ele desfaz, com base em dados concretos de pesquisas de opinião publica, alguns mitos sobre a eleição de Bolsonaro. Em resumo, “não foram ‘os erros’ do PT, o ‘crescimento do antipetismo’, os ‘escândalos e a corrupção petistas’ as causas da vitória do bolsonarismo. Suas razões não foram as ‘mudanças sociais’, as ‘redes sociais’, o ‘crescimento do neo-pentecostalismo’ e tantas outras explicações sociologizantes”.  Ao contrário, há que culpar-se os “aventureiros do Judiciário, militares sedentos de poder, empresários ávidos de retomar o controle do Estado, negociantes da fé, bilionários das comunicações....  E ainda exigiu trapaças de todo tipo  na reta final, que os tribunais preferiram não ver.” Em síntese, a culpa do Judiciário assume papel proeminente ao provocar a esdrúxula prisão de Lula, após julgamentos injustos, referendados em tribunais superiores. Aliás, a “complacência”, melhor dizendo, omissão, que incentivou a adoção de atos posteriores mais graves, remonta ao próprio impeachment da Dilma e aos procedimentos adotados pela Lava Jato/Curitiba  adotados à margem dos procedimento legais. A História fará seu registro impiedoso de tais atos e omissões quando o tempo predominar sobre as paixões políticas.  

11 – “’Passando a boiada’: Salles acaba com proteção a reservas ambientais de manguezais e restingas” – 247 – 28   SET.

“O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido por Salles, aprovou ainda a queima de materiais de embalagens e restos de agrotóxicos em fornos industriais para serem transformados em cimento. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aprovou nesta segunda-feira (28) a extinção de duas resoluções que definiam áreas de proteção permanente de manguezais e de restingas do litoral brasileiro, de acordo com o Estado de S. Paulo. Com a revogação, o caminho fica aberto a especulações imobiliárias nas faixas de vegetação de praias e para a ocupação de áreas de mangues para produção de camarão. Foi anulada também uma resolução que marcava como obrigatório o licenciamento ambiental para projetos de irrigação. ”

https://www.brasil247.com/brasil/passando-a-boiada-salles-acaba-com-protecao-a-reservas-ambientais-de-manguezais-e-restingas

Mais uma desfaçatez do min. Ricardo Salles. Quando vão tirá-lo do cargo? Não me refiro a uma possível ação presidencial. Bolsonaro  apoia e incentiva iniciativas que destroem o meio ambiente. São ações criminosas e o caso, como era de se imaginar, já foi parar no Supremo, por iniciativa de dois partidos políticos: Sustentabilidade e PT e de vários parlamentares. Mesmo antes da apreciação de tais ações no STF, a  23ª Vara Federal do Rio de Janeiro suspendeu, no dia 29 p. p., a extinção das duas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Mas continua a disputa judicial pré-Supremo. A decisão da Justiça Federal do Rio foi derrubada em instância superior. .Até quando o atual (des)governo irá manter a  política em curso de desapreço ao meio ambiente, exponenciada com as tíbias reações às queimadas  da floresta amazônica  e do  Pantanal, arrostando prejuízos à exportação de nossos produtos primários, como já se configura?

12 –Petrobras pode vender refinarias, autoriza STF” – Brasil Econômico   –  1º DEZ.

“Nesta quinta-feira (1º), o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela continuidade da  venda de refinarias pela Petrobras, sem aval do Legislativo. O Congresso Nacional tentava impedir a estatal de vender oito de suas 13 unidades, por ação protocolada. … Em 2019, a Corte proibiu o governo de vender uma “empresa-mãe” da Petrobras sem autorização legislativa e sem licitação, mas autorizou esse processo no caso das subsidiárias. Essa decisão possibilitou a privatização da Transportadora Associada de Gás (TAG) já naquele ano.”

https://economia.ig.com.br/2020-10-01/petrobras-pode-vender-refinarias-autoriza-stf.html?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification

Ao apagar das luzes deste Desmonte surge a notícia. De vez em quando, dá um desânimo! ...VerRicardo Maranhão: venda de refinarias prejudica o consumidor e faz Petrobrás abrir mão de mercado bilionário” –

https://aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/5235-ricardo-maranhao-venda-de-refinarias-prejudica-o-consumidor-e-faz-petrobras-abrir-mao-de-mercado-bilionario

 

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